Ah, o ser humano! Sempre procurando alguém para culpar.
Proponho uma leve reflexão, com a ajuda de um Poema Classificado:
Ah, o ser humano! Sempre procurando alguém para culpar.
Proponho uma leve reflexão, com a ajuda de um Poema Classificado:
Certa feita, um curioso viajante
Tendo notícia da fama do erudito Lokprakash¹
-Cujo renome já se espraiava
Desde o sopé do Himalaia
Aos confins de Bangladesh-
Foi ter com o ancião.
Pouco antes do encontro
Quis a sorte do viajor
Foder Feder com a ocasião
E o lustroso sapato Dior
Pisou luzidia merda no chão
Impregnando-se em raro fedor
Ora, o elegante visitante
Quedou-se triste e vexado
Pois caprichara na toalete
Com perfume almiscarado
Mas vendo chegar o indiano
Gaguejou embaraçado:
Oh, sa-sábio mestre Vatsala
Perdoe-me os modos
Digo, Sua Santidade,
Lokprakash Vatsala
Não quero causar incômodo
Mas quis a eventualidade…
Disse isso tudo o forasteiro
Mostrando o próprio sapato
E o descalço guru, bem ligeiro
Meteu-lhe na cara um sopapo:
– Ingrato! Não vês que é auspicioso
Pisar assim, em um grande merdeiro?
Pois saiba de agora em diante
Que só não pisa na merda aquele
Que anda sempre cabisbaixo
– Mas mestre. – Retorquiu o visitante
Não sei ao certo se nisso me encaixo
Veja bem, que a bosta era grande!
– Quanto maior a bosta, maior a sorte.
Pois o homem que não a enxerga
Certamente está de cabeça erguida:
Possui metas, é sábio e forte
E não se envergonha da vida vivida.
Por isso digo: mais merda, mais sorte.
– Então sendo assim… E se fosse um cocô de vaca?
– Vaca sagrada, sorte multiplicada.
– Se fosse então, cocô de elefante?
– Cocô muito grande, sorte gigante.
– Entendi. Quanto mais cabeça erguida…
– Sim. Desde que seja o seu natural.
– Mas mestre, por favor me diga:
E se por acaso, um pombo acertar
Seus dejetos em minha cabeça?
– É sorte! – respondeu com veemência.
Apesar de que talvez seja
Incômodo de se limpar.
– Ok. Mas há erro na teoria
Pois se há auspício na altivez
E quanto mais alta a cabeça, melhor,
Talvez um pombo acertaria
Não a cabeça, mas os olhos do freguês!
E não vejo sorte em ter os olhos cagados.
Lokprakash cerrou os olhos e, após um longo suspiro, concluiu:
– Aprenda de uma vez, pequeno gafanhoto,
Que o sábio mantém a cabeça erguida
Mas nunca de forma exagerada
Pois sabe que assim age o tolo
Que de tanto a erguer não enxerga a estrada.
***
¹Lokprakash Vatsala é um personagem que aparece em 4 poemas do livro “O Busto de Adão e Outras Poesias” (págs 31/33 e 49/54). Dado à incomensurável sabedoria e carisma do ancião indiano, achei justo dar vazão a novos poemas onde ele possa doutrinar.
Sábado, dia 18, participarei novamente da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. Nessa edição, representarei minha cidade ao lado dos Acadêmicos da APC, na qualidade de Membro Honorário. Em nossa mesa, pretendo contar um pouco da história do blues e como esse gênero musical influenciou não só minha música, mas também minha escrita. Alguns poemas d’O Busto de Adão serão recitados, sublinhados e/ou intercalados por clássicos do blues de Robert Johnson (sim, vou levar um violão para a Feira do Livro!). Ah, atualizei a AGENDA, mas fiquem de olho, semana que vem tem mais novidades musicais!
Clique no link abaixo para acessar a programação completa do evento!
Abraços, e até lá!
Quando eu subi no palco da vida
Não foi de destra nem de canhota
Tomei distância, vim correndo
Saltei e caí de cambalhota.
Desde então venho escrevendo
Esse drama, ora comédia:
Vitória, derrota, vitória, derrota…
Coleciono pouca glória,
Vitória, derrota, vitória.
Improviso em muitas cenas.
Derrota, vitória, derrota.
Não sei o quanto vale a pena
(AVISO: SPOILER)
Pois desde o começo eu sabia
Que na hora do Black Out
No aplauso da platéia
Na descida da cortina
Toda vida é uma tragédia.
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Ps: a ilustração que acompanha o post foi feita em caneta nanquim por Arthur F. Pádua, e faz parte do livro “O Busto de Adão e Outras Poesias!
Olá pessoas antológicas e poéticas!
Vocês se lembram que, em um post anterior eu anunciei que meu poema “Do Coração” havia sido selecionado para uma Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos?
Pois bem, é com imenso prazer que anuncio agora que recebi dois exemplares impressos, e um deles pode ser seu! O melhor: GRÁTIS!
Para concorrer, basta seguir o regulamento que está na página do Facebook d’O Busto de Adão, na guia do aplicativo “sorteie.me” (clique na foto):
De qualquer maneira, transcreverei aqui para facilitar as coisas! 🙂
Regulamento:
1- Curta a fan page do livro “O Busto de Adão e Outras Poesias”
2- Compartilhe em sua linha do tempo uma selfie com o livro “O Busto de Adão e Outras Poesias”, dizendo por que gosta (ou não) do livro. Inclua as hashtags #poesiabrasileira e #obustodeadao. Ah, lembre-se de marcar a página do livro na foto! 🙂
3- Clique em “Quero Participar” na página do aplicativo, para validar sua participação (só assim o sistema do aplicativo poderá te encontrar e sortear!)
4- Compartilhe o link da promoção! sorteiefb.com.br/tab/promocao/470939
BOA SORTE!
Sobre a Antologia:
“Mais que simples livros de poesias, a série “Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos” é um documento histórico que registra tendências, estilos e temas preferidos pelos nossos novos poetas e expõe, sem máscaras e preconceitos, o atual estágio da autêntica cultura brasileira neste início de milênio. O critério seletivo da Câmara Brasileira de Jovens Escritores privilegia exatamente esse universo díspar de visões e recursos. É através dele que a nação cria e recria seus próprios caminhos e se impõe através de uma fantástica riqueza de alternativas. Cada poeta publicado é parte dessa engrenagem cultural, parte desse mundo de letras que abre caminhos, vibra, protesta, chora, clama e ama com vigor tipicamente brasileiro.E o resultado é o que de mais positivo se pode esperar.” -George Martins, o editor.
Espero que gostem, e boa sorte!
Bruno Félix
O livro “O Busto de Adão e Outras Poesias” está prestes a completar seu quarto mês de vida, o que me levou a fazer um breve balanço do que aconteceu neste intervalo de tempo.
Comecei a pensar nisso hoje, ao conversar com um amigo e músico de BH que fez seu pedido do livro na Livraria da Travessa. Quando consultei o link de vendas com ele, constatamos que o estoque da livraria havia acabado! Lembro-me de ter consultado o link na semana passada para informar o prazo de entrega para uma prima de Fortaleza/CE, e o prazo de entrega era de uma semana… Bom, isso só me faz mais feliz! Agora precisaremos de mais pedidos, para o livro “girar” e eles manterem um estoque maior, quem sabe? E assim, a poesia vai espalhando…
Bom, falando em balanço, em retrospectiva, vamos ao momento em que o livro veio ao mundo, já impresso:
E logo vieram boas resenhas e críticas!
>>O CONTADOR D’ESTÓRIAS (Carina Pereira, de Portugal)<<
>>PALAVRAS & WORDS (Moara Lacerda, ES/Brasil)<<
>>BIBLIOTECÁRIA LEITORA (Dani Kanno, Brasil)<<
>>FLOR ROXA POESIAS E POEMAS (Lunna MArcela, Brasil)<<
E o livro foi parar no meio da 15ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto!
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E na FNAC de Lisboa: http://www.fnac.pt/
E na nossa querida Livraria da Travessa! http://www.travessa.com.br/
A Dani, do blog “Bibliotecária Leitora” cadastrou no SKOOB: http://www.skoob.com.br/livro/450203ED510069
E muita gente já leu, curtiu e deu seu feedback na página do facebook: www.facebook.com/obustodeadao
Em resumo: sinto que a missão de espalhar poesias está indo bem! E aí, alguém mais quer me ajudar? Leia, comente!
Já leu o livro? Diga aqui o que achou! Divulgue fotos no facebook! Conte pros seus amigos o que achou, vamos espalhar poesias juntos!
Quero aqui agradecer mais uma vez a cada pessoa que colaborou com esse projeto, e a todos que seguem esse singelo blog.
Vocês são demais!
Abraços,
O poema “Do Coração” foi selecionado para o vol. 125 da Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos! Todos poemas da antologia já podem ser lidos online (clique na capa), e o livro físico tem seu lançamento marcado para o dia 20 de junho. O poeta homenageado da edição é o sambista Ataulfo Alves.
>>>CLIQUE AQUI PARA LER O POEMA SELECIONADO<<<
Assim que a antologia chegar em mãos, prometo selecionar alguns poemas para compartilhar por aqui!
Abraços,
Bruno Félix