Meu escritório em 30 segundos

Pequeno tour pelo meu escritório, ao som de Tom Waits.

Recebi uma notícia tão boa, mas tão boa, que não estou me aguentando de felicidade! Espero que em breve eu possa trazer um comunicado oficial.

“There are things I’ve done I can’t erase
I wanna look in the mirror and see another face
I said never but I’m doing it again
I wanna walk away and start over again!”

Há um blues em cada esquina

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Existe um blues escondido em cada tapa
E nos olhos que se abrem de manhã sem ver um pão
Em cada dose que abrevia a vida ingrata
Existe um blues em cada esquina esperando uma canção

Está nos pés descalços que sangram na calçada
Está no corpo dolorido que não conhece um colchão
Está na fome que atravessa a madrugada
Existe um blues em cada esquina esperando uma canção

O jornal já não sente o que retrata
Enquanto algum poeta espera pela inspiração
Todos os dias a polícia morre e mata
Enquanto o blues de cada esquina não encontra uma canção

Está no corpo da menina explorada
Está na vida limitada pela falta de instrução
E tudo isso ecoa pela madrugada
Existe um blues em cada esquina esperando uma canção

O egoísmo e a intolerância matam
O poeta é um verme rastejando pelo chão
Num banquete os políticos se fartam
Eu ouço um blues em cada esquina, esperando uma canção


 

 

Foto: meu escritório hoje.

Testando uma Olivetti Lettera 82 MUITO nova, toda original, presente de um grande amigo. E saiu poesia? Sim, claro! Mais tarde eu publicarei. Por enquanto, deixo aqui a foto da nova parceira de escrita, que aliás superou em muito minhas expectativas: muito macia e silenciosa, caracteres em perfeito alinhamento, leve e fácil de transportar (é aquele modelo de maleta plástica).

Enfim: uma simpática e educada companhia.

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Apelo

Hoje fui testar o novo velho equipamento que promete me acompanharWP_20160101_13_42_52_Pro em 2016, uma Olivetti Lettera 32, toda original (link na foto ao lado) e, para minha surpresa, acabei começando o ano com um poema/apelo. Achei justo guardar o poema (e por que não publicá-lo aqui?), por ser um pedido honesto, talvez cabeludo, mas nunca descabido. Sem mais delongas, segue o texto com meus mais sinceros votos de um Feliz Ano Novo!

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Máquina de escrever

Sem título

Ontem fiz uma mudança radical no meu pequeno espaço de criação. Digo assim porque não tenho um escritório em casa, apenas um canto da sala com uma velha mesa para máquinas de escrever que apoiava um notebook HP.

A mudança? Saiu o computador, entrou uma linda máquina de escrever Olivetti Lexikon 80 “novinha”.

Acima, uma estrofe datilografada com o referido aparato tecnológico.

As vantagens? Imediatismo. Certeza. Aqui não existe uma tecla “delete”. Não existe uma segunda chance. O papel branco está lá, pronto para receber os tipos que o poeta há de bater – e é bom que ele saiba o que quer bater. Senão é perda de tempo e de papel.

Além do mais, aqui nada se perde. Pensou, datilografou, está registrado. Não tem esse papo de “deseja salvar as alterações em…” – Não há opção.

A máquina, estimados leitores, é um espelho da vida. Simples assim.